sábado, 12 de novembro de 2011

The Brave One - Neil Jordan

"Sempre acreditei que o medo pertencia aos outros... Aos mais fracos... Até me acontecer a mim. Quando nos atinge, apercebemo-nos de que sempre lá esteve, esperando sob a superfície de tudo o que amámos. A pele arrepanha-se, o coração oprime-se e, então, olhamos para a pessoa que fomos outrora, descendo a rua, e perguntamo-nos se alguma vez tornaremos a ser essa pessoa." (Érica)

Matrix

Trinity: I know why you're here, Neo. I know what you've been doing... why you hardly sleep, why you live alone, and why night after night, you sit by your computer. You're looking for him. I know because I was once looking for the same thing. And when he found me, he told me I wasn't really looking for him. I was looking for an answer. It's the question that drives us, Neo. It's the question that brought you here. You know the question, just as I did.

Neo: What is the Matrix?

Trinity: The answer is out there, Neo, and it's looking for you, and it will find you if you want it to.

Fazes-me Falta - Inês Pedrosa

"Sabia também como acabar com a tristeza ou solidão de qualquer dos meus amigos. (…) Às vezes magoava-me ligeiramente ouvir, às seis da manhã, depois de uma noite inteira a requentar corações:

– Tu não és capaz de viver sozinha

num tom insidiosamente paternalista. Eu a aguentar o sorriso com uma grua imaginária, pensando nos meus livros, nos testes para corrigir, no estado em que chegaria à reunião da manhã seguinte, e afinal, aquele coração maltratado estava ali a fazer-me um favor. A beber o meu whisky, o meu sono, a parte mais generosa do meu coração, e afinal só porque eu não era capaz de viver sozinha.

É verdade que não sou capaz de morrer sozinha. Ninguém é. Mas morre-se melhor quando não ouvimos a morte a bater à porta, quando ela nos irrompe pela casa como uma visita inesperada.

Sempre gostei de visitas inesperadas – nisso éramos completamente diferentes. Sonhei a vida inteira com uma festa-surpresa que nunca me fizeram – a páginas tantas, tu e todos os outros começaram a dizer-me que já não era possível fazerem-me a tal festa, porque eu vivia em ansiedade à espera dela. «Já não seria surpresa, percebes?». Não, nunca percebi. O Natal não deixava de ser uma surpresa só porque eu já sabia que ele ia chegar. Vivia a sonhar com esse dia em que um de vocês me atrairia a um restaurante à beira-mar onde estariam todos os meus amigos e amores, rodeados de rosas brancas e balões coloridos, com um piano e a guitarra do Pascoal, para me receberem em apoteose ao som de A Sombra das Nuvens no Mar.

(...) Tive a minha festa-surpresa, sim – apareceram-me todos, carregados de flores, ao lado do caixão. Mas só tu cantas encostado ao gelo da minha boca azul."

Esquecimento

"O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar. "

Herança emocional

Um dia, quando o distanciamento emocional efectivo te permitir analisar esse "pretérito imperfeito", perceberás que essa herança que te acompanha, nem que seja no submundo da tua atitude, escondida no teu sub-consciente, fez de ti uma pessoa mais consciente e aí perceberás e aceitarás esse passado que passarás a considerar "mais do que perfeito". Podes não ter sorrido, nem merecido, mas concerteza cresceste e foi isso que te levou ao sítio onde estarás.

Pain by Dr. Meredith Grey

Dr. Meredith Grey: Pain, you just have to ride it out, hope it goes away on its own, hope the wound that caused it heals. There are no solutions, no easy answers, you just breath deep and wait for it to subside. Most of the time pain can be managed but sometimes the pain gets you where you least expect it. Hits way below the belt and doesn't let up. Pain, you just have to fight through, because the truth is you can't outrun it and life always makes more.

Porque a dor existe e a vida sempre se encarrega de trazer mais.
Não invalida que sejamos felizes.
Mas ela está e estará lá, em algum momento... Para nos lembrar que estamos vivos e que somos meros mortais.
"Se eu não morresse nunca e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas" talvez não doesse, ou não doesse tanto. Mas a finitude revela a angústia que nos faz sofrer. Contudo, é também essa finitude que enaltece aquelas pequenas coisas que nos enchem a alma e as diferencia de tudo o resto.

A ambivalência de uma realidade incontornável criadora do nosso conceito de humanidade.
A finitude que nos revela a dor e a alegria proporcionada pelo facto de não vivermos para sempre.

Cada dor que nos torna cada vez mais humanos, mais conscientes, porque não, mais felizes?
Se tudo fosse fácil, onde estaria a alegria da conquista e o reconhecimento da vitória?
Se tudo fosse simples, onde se encontraria a beleza da substância do complexo?
Se tudo fosse eterno como reconheceria a intensidade do momento?

Porque é preciso esvaziar o coração para o sentir, um dia, repleto de novo, sofrer traz-nos à terra e permite-nos viver a felicidade com o sabor que ela merece.